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Dar a volta por cima

17/07/2018 | Geral

Completamos, no mês de junho, cinco anos do início das manifestações que sacudiram o País, inicialmente contra o reajuste de R$ 0,20 na tarifa dos ônibus, que depois se desdobraram em múltiplas bandeiras reivindicatórias e marcaram o início da crise política que ainda não conseguimos superar. Passado todo esse tempo, a proposta de um Pacto Nacional pela Mobilidade Urbana com a participação da sociedade, dos governadores e prefeitos, apresentada como solução pelo governo federal à época, ainda não saiu do papel, assim como as políticas necessárias para corrigir os problemas estruturais do setor de transporte urbano por ônibus, o qual vem acumulando prejuízos e perda de passageiros num ciclo perverso, em que os maiores prejudicados são os usuários pagantes que dependem do transporte público para ir e vir.

Cansadas de argumentar no vazio, as empresas concessionárias que operam os serviços de transporte público de todo o País decidiram agir. O primeiro passo foi mergulhar em um exercício de reflexão interna, a partir do final do ano passado, cujo resultado foi um amplo diagnóstico setorial que identificou boa parte, senão a totalidade, do que precisa ser feito para vencer a crise e dar à sociedade o transporte que ela deseja e merece. O plano de ação resultante identificou 200 ações e iniciativas necessárias, a serem desenvolvidas até 2022 pelo poder público, empresas e sociedade, e que já começaram a sair do papel – pelo menos, por parte das operadoras.

A Carta de Brasília, alerta público divulgado pelo setor em março, foi o primeiro resultado desse trabalho e marcou o ponto de inflexão e retomada do processo de fortalecimento do transporte público. Outros desdobramentos estão a caminho, como o documento a ser entregue às candidaturas que concorrerão às eleições de outubro, com insumos e propostas objetivas que podem subsidiar as plataformas eleitorais e futuros programas de governo.

O passo seguinte será levar o debate a toda a sociedade, a partir do Seminário Nacional NTU, que abriu um espaço especial em sua programação, no dia 1º. de agosto, para o evento “E Agora, Brasil”. Organizado e conduzido pelo jornal Folha de S.Paulo, o evento irá debater os desafios do transporte público com representantes das principais candidaturas presidenciais e participantes do Seminário. A partir daí, ao longo do segundo semestre, as propostas serão discutidas com entidades, especialistas e com o público em geral.

O setor se move de forma propositiva, confiante que o novo governo a ser eleito terá sensibilidade para ouvir as demandas populares, que ecoam desde 2013, e disposição para avaliar e adotar novas ideias, capazes de enfrentar – e solucionar – velhos problemas.

Soluções existem, comprovadamente eficazes, testadas em cidades pioneiras por operadoras movidas pela inovação e pela busca de resultados. São soluções que apresentam excelente custo-benefício, capazes de resgatar a qualidade, o conforto e a eficiência dos serviços de transporte público baseadas em um conjunto enxuto de políticas integradas e investimentos públicos relativamente baixos, perfeitamente viáveis em uma economia do porte da brasileira. Basta que o assunto seja trazido à mesa de discussão e encarado com seriedade pelos tomadores de decisão. O segmento empresarial de transporte público por ônibus está fazendo a sua parte e se coloca à disposição para o diálogo.

 

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