Soluções definitivas para antigas demandas
01/09/2017 | Geral
Há trinta anos a NTU busca transformar os desafios das empresas de transporte coletivo de passageiros em soluções que contribuem para a continuidade desse serviço, responsável pela locomoção de mais de 30 milhões de usuários que utilizam o transporte público urbano diariamente.
O transporte público é um direito garantido na Constituição Federal que, para ser efetivado, requer políticas públicas específicas, bem embasadas tecnicamente e que assegurem a prestação de serviços de qualidade, que atendam às demandas da sociedade a um preço justo. No entanto, o que temos visto ao longo dos anos é a adoção de políticas inversas, que têm contribuído gradativamente para o aumento dos custos do setor e, consequentemente, da tarifa, sem que sejam dadas as condições para as melhorias desejadas.
Durante o mês de julho, o preço do litro do óleo diesel adquirido pelas operadoras de transporte público aumentou em média 10%. Esse aumento impacta nos custos do sistema, refletindo num acréscimo na tarifa da ordem de 2,3%. Nos últimos 18 anos o preço do óleo diesel sofreu um aumento 196,07% superior ao preço da gasolina e 194,95% maior que o IPCA (inflação).
A competição desigual entre os ônibus coletivos e o transporte individual, nas vias urbanas, também faz parte dessa política inversa que vai na contramão da mobilidade urbana: os ônibus perdem produtividade por estarem parados em congestionamentos, enfrentam uma infraestrutura viária inadequada e têm seus custos operacionais elevados, o que deixa o serviço mais caro para o usuário e contribui para o agravamento da situação financeira das empresas que, atualmente, estão com 33% do faturamento anual comprometido com endividamentos.
É um ciclo vicioso que necessita de um trabalho constante da NTU e de instituições que acreditam na melhoria da mobilidade das cidades por meio de um transporte público de mais qualidade. Um passo fundamental nesse sentido foi dado pela Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) que, em parceria com a Frente Nacional de Prefeitos (FNP), lançou recentemente uma nova planilha para cálculo dos custos do setor, em substituição à antiga e defasada planilha de custos do Geipot utilizada desde a década de 1980. A nova planilha é resposta à uma antiga demanda da sociedade por mais transparência no setor de transporte público e cria as condições para a prestação de serviços mais eficientes, confortáveis e modernos, com melhor custo-benefício.
O novo modelo é uma resposta concreta para questões estruturais do transporte coletivo urbano e que estarão em discussão no Seminário Nacional da NTU, entre os dias 29 e 31 de agosto, como o financiamento e qualidade do transporte público, infraestrutura de transporte e segurança jurídica dos contratos. Temas que fazem parte, há anos, das demandas das empresas e da sociedade e que precisam de mais atenção dos legisladores e gestores públicos para serem também solucionados.