Caminhos possíveis
05/12/2018 | NTU
O Brasil emerge das eleições com grandes expectativas em relação aos novos governantes que tomarão posse no próximo ano. No setor de transporte público a expectativa é dobrada: há muito que fazer, e várias incertezas sobre o desenho da nova estrutura do Executivo – com o possível fim do Ministério das Cidades e transferência de sua Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana para outra pasta – além de uma grande incógnita sobre as políticas públicas setoriais que serão adotadas. Questões fundamentais e estratégicas como o transporte público precisam agora de atenção e respostas objetivas. Os novos governadores terão que se debruçar sobre as necessidades dos sistemas de transporte metropolitanos, essenciais para atender os maiores contingentes populacionais do país, enquanto a administração federal terá pela frente a missão de fortalecer os serviços de transporte e definir os investimentos necessários para resgatar a sucateada infraestrutura urbana.
O país aguarda com otimismo as medidas que possam reativar a economia e gerar novos empregos formais, permitindo assim a reinserção social dos 12,5 milhões de desempregados que perderam o acesso ao transporte público nos últimos anos – uma queda na demanda de 3,6 milhões de passageiros ao dia somente no ano passado, impulsionada fortemente pela crise econômica.
Caminhos possíveis Os caminhos possíveis estão traçados, a partir da iniciativa do setor empresarial que vem se posicionando em relação às prioridades para o transporte coletivo por ônibus, responsável por atender 39,5 milhões de passageiros/dia.
As seis propostas apresentadas pela NTU durante a campanha eleitoral visando assegurar um transporte público com qualidade, transparência e preços acessíveis aos passageiros vêm recebendo, desde então, contribuições de especialistas, entidades da sociedade civil e dos próprios gestores públicos.
Tais propostas, ampliadas, constituem hoje uma plataforma consensual do que pode ser feito para aumentar a eficiência, melhorar o serviço e eliminar os gargalos operacionais e estruturais que afetam o transporte público e impedem o setor de dar sua plena contribuição para a retomada do desenvolvimento. São ações urgentes que respondem ainda aos desafios colocados pela acelerada mudança nos hábitos de deslocamento decorrentes das novas tecnologias e serviços de transporte por aplicativo – ao mesmo tempo revolucionários e disruptivos, especialmente num contexto de regulamentação incipiente. Não por acaso, tecnologia e inovação estão presentes nesta edição, que explora os avanços que o próprio setor vem adotando, além dos benefícios (e riscos) dos novos paradigmas de mobilidade para o transporte público, um dos pilares da vida urbana, da economia e da qualidade de vida. Uma realidade que está apenas começando e que promete grandes desafios.
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