Brasília debate mobilidade elétrica no país
10/03/2023 | Geral
Durante o evento, o público também conheceu o novo ônibus elétrico 100% brasileiro
Esta semana Brasília sediou, pela primeira vez, o C-MOVE - Congresso da Mobilidade e Veículos Elétricos, com destaque para a programação rica em debates que trouxeram a pauta da mobilidade elétrica para o centro das decisões do país."Estamos atrasados no desenvolvimento da eletromobilidade no Brasil", destacou Milena Romano, presidente da Eletra, empresa brasileira de tração elétrica, sediada em São Bernardo do Campo (SP). Ela conduziu o novo ônibus elétrico, totalmente fabricado no Brasil, em carreata pela Esplanada dos Ministérios, no encerramento do evento.
O veículo da Eletra, apresentado ao público de Brasília, estava especialmente adesivado para homenagear o público feminino, em função do 8 de março, Dia Internacional da Mulher. O e-Bus 12,1m, ônibus elétrico inteiramente produzido no Brasil, tem tecnologia nacional e participação de fornecedores como Caio, Mercedes-Benz e WEG. A apresentação do veículo foi um dos pontos altos da programação do C-MOVE Brasília e Dia da Mobilidade Elétrica, realizado nos dia 7 e 8, no Centro de Convenções Brasil 21, para um público formado por representantes de empresas do segmento, academia, gestores públicos e sociedade civil.
Nos dois dias de Congresso, o público conseguiu fazer um raio-x da eletromobilidade no Brasil,com as contribuições de vários especialistas convidados. Daniele Nadalin, Senior Manager da McKinsey & Company, empresa internacional de consultoria empresarial, comentou os destaques de um estudo inédito sobre mobilidade sustentável no país. Ela estima que em 2040, os veículos elétricos devem responder por 55% das vendas nacionais. O estudo identificou que o brasileiro está aberto ao consumo de tecnologias que causem menos impacto ambiental nos deslocamentos.
Em outro painel, sobre a indústria nacional e os impactos na eletromobilidade, Iêda Oliveira, diretora-executiva da Eletra, foi enfática ao cobrar a participação do poder público na eletrificação."Não se faz mobilidade elétrica sem políticas públicas", afirmou.
Carreata
No último dia do C-MOVE Brasília, o público pode entender melhor o cenário da eletromobilidade. Temas como infraestrutura, conectividade, bicicletas elétricas e micromobilidade foram bastante explorados pelos painelistas. No entanto, o destaque ficou para o painel dedicado às mulheres, no encerramento da programação. "Mulheres Elétricas: O papel da mulher na eletrificação e no poder público", reuniu mulheres que desempenham papéis estratégicos e decisórios no universo da eletrificação.
Protagonistas de histórias de sucesso em funções normalmente exercidas por homens, Milena Romano (CEO da Eletra); Luciane Canha, professora titular da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); Janayna Bhering, executiva de Negócios e Parcerias da Fundep;Tainá Reis, especialista em inteligência de dados; e a jornalista Rita Mazzuchini, sócia-diretora da MCE Comunicação e Eventos, compartilharam experiências profissionais e as trajetórias vitoriosas que as levaram a postos de destaque em ambientes pouco acessíveis a mulheres. “O setor de transportes ainda é muito machista, mas está mudando” reconhece Iêda Olveira, da Eletra.
Na sequência, a carreata liderada pelo e-Bus 12,1m, conduzido por Milena Romano pelo Eixo Monumental de Brasília, encerrou o evento homenageando o Dia Internacional da Mulher. Com adesivação especial em referência à data, o e-Bus seguiu até o final da Esplanada dos Ministérios, acompanhado por outros veículos elétricos, atraindo a atenção de motoristas e pedestres que circulavam pelo local.